Imagine um peão em um tabuleiro de Xadrez. O peão não pode dar saltos longos, para sair de um lado para o outro do tabuleiro ele precisa saltar de casa em casa. Cada salto abre novas possibilidades de jogadas que não seriam possíveis no primeiro movimento. Assim funciona o possível adjacente. Quando uma nova tecnologia aparece, ela abre novas oportunidades que antes seriam inimagináveis. Essas novas possibilidades que estão na fronteira do conhecimento são os possíveis adjacentes.
Com esse entendimento, podemos aplicar a teoria da evolução de Darwin na criação de novas ideias. Ou seja, se você tem uma ideia que pode fazer a diferença no mundo, ela precisa, necessariamente, evoluir. Talvez a ideia que você teve agora não seja genial, mas está na fronteira a um passo de se tornar algo maior. Esse mesmo padrão reaparece ao longo de toda evolução da vida. Na verdade, uma maneira de pensar sobre a trajetória da evolução é como uma exploração continua do possível adjacente.
Quando dinossauros como o Velociraptor desenvolveram um novo osso chamado carpo semilunar (o nome vem de sua forma de meia-lua), passaram a poder girar o punho com muito mais flexibilidade. A curto prazo, isso lhes deu mais destreza com os predadores, mas também abriu uma porta para o possível adjacente que levaria por fim, muitos milhões de anos depois, à evolução de asas e ao voo. Quando desenvolveram polegares opositores, nossos ancestrais abriram todo um novo campo cultural do possível adjacente: a criação e o uso de ferramentas e armas finamente manufaturados.Vamos deixar mais claro.
Quanto mais o mundo evolui mais possíveis adjacentes aparecem.
Porém, todos escritos em uma tinta invisível que somente um ser humano, ou melhor, um ser humano criativo poderá escrever. Imagine uma casa com entrada pela sala e com um corredor que leva até os quartos. Você não consegue se deslocar da sala para os quartos sem antes passar pelo corredor, não é verdade? Assim é a evolução do mundo e das boas ideias. Um novo progresso abre novas possibilidades. Só depois de descobrir o corredor você pode optar entre ir para a suíte presidencial ou entrar no quarto da empregada.
Vejam o que Henry Ford disse: “I invented nothing new. I simply assembled the discoveries of other men behind whom were centuries of work. Had I worked fifty or ten or even five years before, I would have failed. So it is with every new thing. Progress happens when all the factors that make for it are ready, and then it is inevitable. To teach that a comparatively few men are responsible for the greatest forward steps of mankind is the worst sort of nonsense.”
Resumidamente, ele disse que se tivesse trabalhado 5 ou 10 anos antes no seu projeto, teria falhado. Porque todas as combinações que ele fez foram invenções de outras pessoas ao longo do século. Sem essas descobertas o seu possível adjacente não existiria. Alguns anos atrás muitas empresas tentaram disseminar os vídeos pela internet, antes mesmo do surgimento do Youtube. Todos eles falharam. O próprio Youtube se tivesse sido colocado em prática 10 anos antes, em 1995, teria sido um fiasco, porque nos primórdios da web um site de compartilhamento de vídeos não estava no seu possível adjacente. Na época a grande maioria dos usuários possuía conexões muito lentas, que demoravam minutos para fazer o download de uma imagem pequena.
Isto nos ensina que o "timing" é muito importante para as boas ideias.
As vezes somos tão inovadores que ficamos presos no tempo, trancafiados em um quarto sem acesso aos corredores. E com isso fica impossível o projeto receber acessos e ter crescimento. Temos que ficar na fronteira das novas descobertas, identificando as oportunidades que uma nova tecnologia traz para o mundo. O Google não existiria sem a internet, o Iphone não existiria da maneira como é, sem a tecnologia touch screen e o desenvolvimento dos celulares. Eai? O que está acontecendo hoje que pode estar abrindo um novo leque de oportunidades?
Quer ter mais insights sobre criatividade? Veja o conteúdo completo em Como ser mais Criativo.

Lorem ipsun dolor.