Já viu o processo de desenvolvimento de uma árvore? Nenhuma delas nasce grande. Começa com uma sementinha escondida na terra fértil até nascer uma plantinha frágil. Com os estímulos certos ela vai crescendo e tomando forma até virar uma árvore grande e forte. Assim são as nossas ideias, começam como uma intuição ou um problema e começam a receber enxertos no processo de incubação até se desenvolverem. Com a ideia incubada, podemos prestar atenção em outros detalhes sem esquecer o problema que temos que resolver. É a nossa capacidade de criar conexões entre os aprendizados mais antigos e os novos estímulos da vida. Acredito em dois processos de incubação: a incubação consciente e a incubação inconsciente.

Vamos continuar com uma frase de Robert Frost: 

"Máquina caprichosa é o cérebro humano. Ele começa a trabalhar quando a gente dorme e para de funcionar quando a gente trabalha." 

Em algumas atividades do nosso dia, parece que o nosso cérebro fica mais criativo, como ao dormir, dirigir, tomar banho, dar uma corrida etc. Isso acontece porque em determinados momentos estamos fazendo atividades rotineiras de forma automática (Não precisamos pensar muito pra tomar banho, geralmente seguimos um roteiro no piloto automático) então o nosso cérebro acaba aproveitando este tempo ocioso para pensar e combinar ideias.

Um experimento recente conduzido pelo neurocientista alemão Ullrich Wagner demonstra o potencial de conexões do nosso cérebro em estado de repouso. Sujeitos experimentais receberam uma tarefa matemática entediante que envolvia a transformação repetitiva de oito dígitos num número diferente. Com a prática, eles ficavam cada vez mais eficientes no desempenho da tarefa. Mas havia um padrão oculto no enigma de Wagner, uma regra que permitia aos sujeitos completar a tarefa muito mais depressa se descoberto. 

Esse experimento descobriu que, após uma exposição inicial ao teste numérico, "consultar o travesseiro" numa noite de sono mais do que dobrava a capacidade dos participantes de descobrir a regra oculta. As recombinações mentais do sono ajudam a explorar toda a gama de soluções para o enigma que tinham escapado no período inicial do treino. 

Assim funciona o processo de incubação inconsciente. 

Sem percebermos o nosso cérebro combina o nosso repertório para gerar novas soluções. Entendendo isto, temos que adquirir a maior quantidade de experiências e informações possíveis para o nosso cérebro ter matéria prima de qualidade na hora da combinação.

Já a incubação consciente acontece de forma mais racional. O criativo incubado é aquela pessoa que tem uma pergunta na cabeça e começa a observar o mundo para encontrar uma resposta imediatamente. Nenhum estimulo deve ser descartado, temos que fazer uma conexão forçada entre o que encontramos e a questão que está incubada. Se nessa procura pela criatividade, uma conexão forçada entre dois mundos muito distantes fizer sentido, você terá encontrado o elo mais forte da inovação. 

Entenda que o processo criativo precisa de movimento e de estímulos

O que foi ensinado para nós de ficar parado rabiscando num caderno, eu acredito estar errado. Você só vai dar voltas em um labirinto cerebral. Tente uma vez, dar uma volta pela cidade ou abrir um banco de imagens no computador. Veja tudo e tente conectar tudo com a pergunta que está incubada na sua cabeça, mesmo que aparentemente não faça sentido. 

É como um processo de sonhar acordado. Ao contrário do que muitos pensam, os nossos sonhos não revelam uma verdade reprimida, o que ele faz é explorar e tentar encontrar através da experimentação novas combinações que acordado acharíamos que não fazem sentido. Enfim, As ideias mais importantes demoram um bom tempo para evoluir, ficam dormentes, hibernadas. As vezes uma boa ideia demora anos para amadurecer. Isso acontece porque as boas ideias normalmente surgem da colisão de 2 palpites menores, que formam portanto algo maior do que eles próprios. Seja de forma consciente ou inconsciente.

Quer ter mais insights sobre criatividade? 

Veja o conteúdo completo em Como ser mais Criativo.

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